quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vangelis - Mythodea

É notória a minha admiração pelas composições do músico grego – Vangelis. Mas, o que não é sabido é que, sempre considerei o concerto Mythodea como o seu patinho feio…..

Comprei o cd, pois gostei do tema que foi apresentado aquando da saída deste trabalho, vulgo “single”. No entanto, esgotou-se o conceito, encostei na prateleira e acabei por não escutar e/ou apreciar inteiramente a obra como um conjunto: apresentação, desenvolvimento, apogeu e final.

Recentemente, resolvi rebuscar este título das prateleiras e escutei vezes sem conta, do início ao fim.

Hoje, posso afirmar que, sem dúvida, este senhor foi muito feliz, pois trata-se de um concerto planeado e concebido na íntegra pelo próprio, tendo cabido o trabalho de orquestração ao seu convidado - Blake Neely – que, basicamente, transpôs os arranjos e conduziu a orquestra.

Quando nos deparamos com este álbum pela primeira vez, a primeira impressão é a presença de uma tonalidade “bélica”, remetendo-nos para um sentimento de ira. E é mesmo essa a ideia. A Ira dos Deuses…! Em particular, Marte, o símbolo da guerra.

Esta obra, baseada no trabalho original de 1993, é dedicada ao projecto da NASA, intitulado “2001 Mars Odyssey”.A nave que foi lançada, tinha como objectivo: saber se há, ou alguma vez houve, água no planeta vermelho. Havendo água, pode haver vida e, eventualmente, um futuro promissor para a humanidade.

A composição é grandiosa, com um coro épico, ou não estivéssemos perante a London Metropolitan Orchestra, o Greek National Opera Choir e os The Seistron and Typana Ensemble. A percussão na gravação coube ao Greek National Opera Percussion Ensemble.

Nestes 10 andamentos, Vangelis evoca as titânicas batalhas dos deuses mitológicos. A dada altura escuta-se mesmo o retumbar da percussão, abafada pelas vozes guerreiras. Divino…

Todo o espectáculo apela à mitologia grega, fazendo também o compositor, uma fabulosa alusão ao cântico das musas que conduziram os argonautas ao cosmos, fundindo-se de forma harmoniosa com toda a simbologia da actual era espacial.

Essa faceta é personificada pelas duas afamadas e magníficas sopranos: Kathleen Batle e, a nível pessoal, uma das minhas favoritas, uma autêntica diva – a esplendorosa Jessye Norman.

Deixo-vos com os o movimentos 9, 10, 6 e 2…. o meu preferidos. De qualquer forma, confesso que, actualmente, é difícil separar uma das peça do puzzle…. :)

 

1 comentário:

Anónimo disse...

Amo simplesmente,amo em especial esssa composição Mythodea. Vangelis é de uma sensibilidade extrema que mesmo nós mortais que só falamos a nossa língua pátria, entendemos e sentimos o que ele expressa. Vc descreveu divinamente o sentido dessa peça e eu por não falar nenhum idioma à não ser o meu, já havia sentido o mesmo significado, vindo à confirmar contigo. Tudo vai para um trabalho de música que estou elaborando e sua ajuda foi dos céus. Obrigada Roseli Dias-email roselicaerp@yahoo.com.br