terça-feira, 25 de abril de 2006

Disparidades...

Um ordenado médio de um administrador do BCP rondou, em 2005, os 259 mil euros/mês.
Os do BPI e BES, apesar de apresentarem metade ou mais dos lucros, já "só" tiveram direito a pouco mais de 29000 euros/mês.

É de perguntar que tipo de gestores são esses, qual é realmente o melhor, e se têm realmente tanta influência assim nos lucros dessa organização.
Não será a empresa por si só rentável? Não será uma questão favorável de mercado? Seriam assim tão bons numa empresa com poucos recursos?
Sempre ouvi dizer que bom gestor é aquele que consegue apresentar bons resultados com pouco capital. Quando há dinheiro, tudo fica mais fácil...

Estas somas chorudas são provenientes de capitais privados, por isso não reclamem e comecem já a desbaratar que é fruto dos vossos descontos. Desta forma, não censuro.
A empresa dá lucro, e como em qualquer negócio que move milhões, os intervenientes recebem valores exorbitantes. Refira-se o mundo do espectáculo, desporto, comunicação....e financeiro, pois bem.

Bons profissionais devem ser bem pagos! Facilmente se conclui. A dúvida aqui surge quando entramos em zonas algo duvidosas. Um futebolista ganha muito, mas o mérito é dele, ele é o artista, ele leva o público ao estádio, ele define os resultados e o sucesso do clube.
O mesmo se passa com um bom comunicador. Gera as audiências, fideliza o público, e indirectamente, ou porque não dizer, directamente, cria receitas. Há vários exemplos por esse mundo fora, onde o caso mais mediático será porventura o da Oprah.

Um empresário empreendedor, com boas idéias, negócios de sucesso, lucrativos, inovadores, terá obrigatóriamente de ter bons vencimentos, naturalmente resultantes dos seus próprios rendimentos.
Onde eu quero chegar é realmente ao papel do Administrador. Em organizações como um Banco, falamos de uma equipa de gestores. Essa equipa gere toda uma rede de departamentos que por sua vez terá os seus administradores/directores/gestores, o que lhes queiram chamar.
Estas empresas têm centenas para não dizer milhares de trabalhadores. Alguns, serão certamente meros executantes. Estão lá para ganhar o seu no fim do mês e o resto é conversa. Outros há que darão o corpinho ao manifesto e sacrificarão a vida pessoal para apresentar os resultados esperados no planeamento. Por esse motivo, como é de esperar, não ganham todos o mesmo.

Ora, é aqui que entra a minha dúvida. O sucesso de uma organização virá dos seus administradores, ou dos seus responsáveis intermédios? Dos restantes colaboradores, ou do equilibrio do seu conjunto?
Mais responsabilidade significará supostamente mais ganhos, mas nem sempre significa mais trabalho. Um administrador tem mais responsabilidades que o director comercial, ou cada um terá as mesmas, na sua área de competência. No entanto, os seus vencimentos são notoriamente díspares!

Vocês dedicavam-se mais ao vosso trabalho se ganhassem 259000 euros / mês?
Seriam melhores profissionais?
Preocupar-se-iam com os vossos cargos?

Já se perguntaram o que acontece a estes gestores quando a empresa não apresenta os resultados esperados? Serão convidados a sair? Talvez. E depois? Bem, um Ex-administrador do BCP não terá dificuldades em arranjar um convite para um outro importante cargo, por muitas barbaridades que tenha feito. Até porque, para lá chegar, já terá alguns anos como membro executivo.
Há vários exemplos em empresas públicas, de gestores que não conseguiram obter bons resultados e que mais tarde surgem numa outra administração. Cunhas? Interesses? Favores? Provavelmente...ou não tivessem eles, mesmo que no passado, ligações a partidos políticos e/ou a ex-governos.

Agora imaginem-se como director de marketing. São convidados a sair, apesar de terem trabalhado que nem uns cães. Não estarão em tão boa situação, apesar de, aparentemente, serem provenientes da mesma casa.

Por isso questiono-me. O que é um bom gestor? O que é um mau gestor? Onde é que surge a fronteira? Uns fazem o mesmo trabalho por 1/3 do ordenado. Outros obtêm igualmente bons resultados, proporcionamente aos capitais movimentados, naturalmente. Isto, por somente 1/50 do ordenado.
Será o administrador do BCP melhor profissional? Ou é tudo uma questão de regalias?
Se não for competente, sai. À partida será óbvio. Mas passado 1 ano aparece na administração da EDP ou da Brisa, sem ter de dar satisfações.
Estamos a falar de empresas privadas, logo, quem quer pagar que lhes pague, problema deles, poderão dizer. Claro que sim. Quem sou eu para dizer o contrário?!
A questão aqui é que são esses cromos que controlam as empresas portuguesas, públicas e privadas, e com a agravante de serem sempre os mesmos!

E volto a perguntar: por 259mil euros/mês, o vosso empenho seria o mesmo? Fariam o mesmo trabalho por metade? E por 1/3 do ordenado?

Por muito bons que sejam a nível profissional, um cargo de administrador de um banco não surge do nada. Ou será que surge realmente do nada?! Atingir esse posto pode chegar a ser mais difícil do que executar as tarefas inerentes ao próprio cargo.....por mais ridículo que possa parecer para muitos. Mas se formos a ver bem, tudo é assim na vida. Depois, é tudo uma questão de andar ao lado das pessoas certas, surgir no momento certo..... e, quero acreditar, apresentar competências e credibilidade.

Isto tudo para chegar à conclusão: com tão bons ordenados, com tanto dinheiro movimentado, com tantas OPA's e resultados lucrativos, dizem que estamos em crise?

Não.... vivemos é num mundo com enormes disparidades!

Beijocas e Abraços

Gonça

terça-feira, 4 de abril de 2006

Ice Age 2





















Já fui ver e recomendo!......isto claro, para quem aprecia animação.

Considero que está melhor que o primeiro, na medida em que tem uma maior variedade de espécies e não se centra tudo no esquilo e na preguiça.

Muito divertido :)

Beijocas e abraços

Gonça