sexta-feira, 27 de março de 2009

Our Daily Bread

“Our daily bread”, o documentário do austríaco Nikolaus Geyrhralterm, reúne cenas da produção industrial de alimentos na Europa, que impressionam tanto pelo uso intensivo da tecnologia quanto pela indiferença dos trabalhadores em relação ao sofrimento dos animais.

O filme surge-nos sem comentários, levando-nos a inúmeras explorações na Europa, onde os alimentos são produzidos: instalações monumentais, paisagens surreais e sons bizarros – um ambiente industrial frio e sem espaço para grandes individualismos.

Este documentário também nos mostra o tipo de alimentos que nós consumimos hoje em dia revelando-nos a verdade acerca de um assunto que todos conhecemos mas que na realidade queremos esquecer: o que está de facto dentro do nosso prato!

O "olhar" mecânico da câmara de filmar, transmite-nos, de uma forma brutal e difícil de digerir, os métodos de produção e transformação de alimentos nos dias de hoje. O resultado é impressionante... como que se de um soco no estômago se tratasse.

“Our daily bread” ganhou inúmeros prémios e menções honrosas, mostrando um mundo cru, em jeito de pesadelo, mas um pesadelo que foi criado pela nossa política, pelos nossos mercados e sua tecnologia.

Dá que pensar...

segunda-feira, 23 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

Simplex não temos, está esgotado!

O afamado Cartão do Cidadão do brilhante Eng.José Sócrates, veio para nos facilitar a vida.
Ora, caso seja do vosso desconhecimento, se ainda sejam portadores do Bilhete de Identidade (meu caso), guardem-no religiosamente, ou vão ter uma carga de trabalhos para conseguirem ser detentores do novíssimo Cartão do Cidadão.

Actualmente, Certidões de Nascimento é papel para retrete, não serve para nada provarem que existem, onde nasceram, quando e que nome têm. É informação desnecessária...

O que se passa é que, caso sejamos assaltados, roubados, ou simplesmente percamos a carteira, como se não bastasse toda a burocracia em volta dos documentos oficiais e gastos associados, resolveram agora exigir que nos façamos acompanhar de testemunhas!.... que possam certificar que... realmente existimos! Não interessa quem são, se têm registo criminal, se são toxicodependentes, se lhes pagaram para aparecerem lá, ou se são simples amigos(as).... têm é que apresentar um BI, ou outro documento, e testemunhar que vocês, são realmente vocês!
Mas para isso, têm de os convencer primeiro para vos acompanhar na fila, pois eles, tal como vocÊs, têm de esperar e estar presentes...hehehe! Pasme-se, o Simplex da coisa!

Vai daí, dei de caras com este texto da Clara Ferreira Alves, e não resisti...

Este texto está tão bom e retrata tão bem a realidade das Lojas de Cidadão, que achei extremamente pertinente colocá-lo aqui no Blog.

Ora leiam:








" A vida é simples. Dizem por aí. Excepto quando temos de tratar de um documento oficial e recorrer a essa espessa teia de burocracia e incompetência, desleixo e má-criação que se chama Administração Pública. No que toca à produção de documentos oficiais, cartões, certidões, certificados, e vulgares documento conhecidos por papelada, a Administração do Estado faz o que pode e o que não pode, esmera-se, para nos fazer a vida negra.O cidadão José Sócrates criou o Simplex, com a ajuda de uns cérebros que, dizem, acham que a vida é simples. O Simplex destina-se a integrar num único cartão o cartão de identidade, o cartão de contribuinte e o cartão de utente. O Simplex destina-se, adivinharam, a simplificar as nossas vidas. Lá vimos na televisão, em horário prime (e nunca subprime), o cidadão José Sócrates entrar numa Loja do Cidadão e receber, novinho em folha e a cheirar a lavado, o seu Cartão do Cidadão. Acompanhado de uma legião de câmaras, microfones, assessores, ministros, secretários, elementos do povo e socialistas amigos.

E eu pensei, será que é assim tão simples para o cidadão português que não é primeiro-ministro? A minha experiência de Lojas do Cidadão é má. Duas horas à espera de renovar um passaporte que teve de ser renovado no Governo Civil "porque era mais rápido". As Lojas do Cidadão são uma boa ideia, mas são uma boa ideia escassa, e essa escassez determina que estejam a abarrotar de gente e obriguem qualquer trabalhador a perder umas horas. Lá me dirigi com um menor que necessita de renovar o BI a uma Loja do Cidadão. Sábado, cerca das duas da tarde. A Loja estava mais ou menos cheia, isto vai correr bem, pensei. Desci ao piso inferior e perguntei onde se tratava do Cartão do Cidadão. Aí, aquela noção de atendimento público que dispensa a cortesia e se lambe como um gato quando vê um pássaro, determinou uma pequena gargalhada seca da funcionária: -Hoje, oh minha senhora, isto vai fechar, hoje não pode ser. Viesse de manhã.

Mas, balbuciei, as Lojas fecham de tarde? "Pensei eu de que", para os trabalhadores portugueses não faltarem aos postos de trabalho, as Lojas estavam abertas ao sábado, altura ideal para tratar da burocracia sem parar a produção nacional. Ou meter faltas justificadas. Ela sorriu: -oh não, de manhã dá tempo mais que suficiente para tratar de tudo, era o que faltava que não tivéssemos fim-de-semana.
Ah, eu não sabia que isto era uma coisa pessoal entre mim e ela, o fim-de-semana dela contra o meu, digamos. Muito bem. E, inquiri polidamente: -Que fazer para renovar o BI? - Ah -disse ela com um esgar- isso é muito complicado. Escusa de vir ao sábado que não vai ser atendida. -E de semana? -De semana tem de vir logo às oito da manhã, para arranjar senha às oito e meia. E mesmo assim não garantimos que consiga ser atendida no próprio dia. -Como? Às oito e meia não consigo ser atendida no mesmo dia? - Não garantimos nada, há muita gente a precisar do Cartão do Cidadão. - Então, como é que sei se sou ou não? -Tem de esperar, como toda a gente. E logo se vê se arranja senha. O mais certo é não arranjar.

Então, continuei a balbuciar: -Que fazer? Vir para cá todos os dias às oito e meia esperar sentada numa das cadeiras que vexas quase não providenciam? -Olhe,..(disse toda "compincha")... isto do Cartão do Cidadão está uma loucura. Tanta gente... (suspiro cansado). O melhor é dirigir-se a um dos postos alternativos que tem neste papelinho (entrega papelinho) e pode ser que tenha mais sorte. (Anote-se a palavra "sorte" neste contexto profissional)

Deu-me um papelinho com quatro moradas, duas fechavam às 16 horas (hora a que os trabalhadores portugueses podem tratar das suas coisas sem faltar) e duas, no outro lado da cidade (Olaias e Campo Pequeno) fechavam às 19h30.
-Olhe que a que fecha mais tarde tem sempre muita gente, parece! - disse.

Simplex de cabeça como sou, fui à Internet, onde diziam que podia marcar uma hora de atendimento por mail. Enviei o mail, de modo a que o adolescente com caduco cartão não tivesse de faltar às aulas. Só aceitavam marcações dali a dois meses e meio. Tentar mais tarde. Tudo muito difícil. Resolvi telefonar para um dos números disponíveis de atendimento. Nunca, dias a fio, uma voz atendeu um daqueles números. Regressei à Loja do Cidadão às oito e meia, sem o interessado, pensando poder retirar uma senha. Uma multidão. - Para hoje já não temos nada, tente amanhã. E o menor tem de vir, o Cartão é dele.
Donde, o interessado teria de faltar todos os dias às primeiras aulas até conseguir uma senha. Ou faltar para ir aos postos. E esperar. É esta desordem relapsa e contumaz o Simplex Cartão do Cidadão do senhor primeiro-ministro."

Viva ao Simplex!!!

Bear Grylls - Siberia

Atenção, este é forte.....

Man vs. Wild: Bear Meets Camel

Sou um fâ deste cromo!

O gajo é aventureiro por natureza e já tem um currículo interessante, incluíndo em séries de televisão. Com certeza já devem ter visto alguns episódios dele no Discovery Channel, mas entre tantos que adorei, fica um que gostei particularmente.

Não houve morte gratuita do animal e, ainda assim, não deixou de ser nojento! hhehehe