domingo, 28 de maio de 2006

BTT

















A minha primeira BTT - bicicleta todo o terreno, comprei-a ao Luís, em segunda mão, e foi uma Trek 930. Apesar de ser um pouco grande para o meu tamanho, fiquei todo contente. Pouco tempo depois comprei-lhe também a suspensão. Aí sim, se já estava bom, ficou melhor ainda! Num certo dia, sítio errado, à hora errada - aliás, muito comum em Linda-a-Velha na época - somos invadidos por um grupo de blacks, e toca a dar tudo ao pedal. No meio do nervosismo acabei por querer saltar um buraco gigantesco que havia numa estrada de alcatrão em obras. Vá-se lá saber o que me passou pela cabeça, pois tal era o buraco que, eu consegui saltá-lo, levantei-me, continuei a correr.....mas a bike ficou lá caída.
Mais tarde, voltámos lá ao local para reaver a minha bicicleta. Estava lá no buraco, ainda, mas como tinha batido no alcatrão, fiquei com a suspensão partida.
Foi o pesadelo, fiquei desolado. Trouxe-a semi-despedaçada para casa e tratei de voltar a colocar o garfo original.
Na altura, guardava-a na garagem do serpente. Ainda andei nisto uns bons 2 ou 3 meses. A minha mãe entretanto decide comprar uma garagem. Óptima notícia para mim, pois poderia passar a guardá-la no meu próprio espaço, sem estar dependente de nada, e até porque já estava a ser um pouco abusado da minha parte, pois a garagem do serpas não era um exemplo de arrumação!! Na mesma noite em que guardo a minha bike na garagem, o Serpente pede-me que a empreste para ir andar no dia seguinte de manhã. Eu acedi ao pedido, e lá voltou ela para a garagem dele. Nessa noite, para mal dos meus pecados, a garagem dele é assaltada. Claro está, fiquei sem ela.
Estávamos no início dos anos 90, talvez já a meio, agora não me lembro bem. Desde aí, nunca mais tive uma bicicleta.
Na altura andávamos todos de bike, tínhamos mais tempo, disposição, forma física....e não tínhamos idade para ter carta de condução, quanto mais automóvel. Como tal, chegámos a fazer belos passeios.
Entretanto a malta começou a andar menos, o Luís vendeu a bike dele, outros que andavam connosco desapareceram do mapa e, no nosso grupo, os únicos que acabaram por ficar com boas bicicletas foi o David e o Curto. A coisa esmoreceu....

O btt resumia-se a duas modalidades - Cross Country (XC) e Downhill(DH).
A maioria da malta praticava XC e praticamente só os pros e mais marados, ou com mais domínio, é que se arriscavam nas vertentes do downhill.
Os nossos grandes paraísos eram o Estádio Nacional e o Monsanto - e ainda continuam a ser - na medida em que não tínhamos carro e, claro está, eram zonas próximas em que podíamos ir a pedalar, andar lá, e voltar a pedalar para casa. Nos bons tempos ( de juventude, entenda-se!!! ), ainda se faziam umas incursões até à Lagoa de Albufeira, ou às vezes, até Sintra. Era realmente cansativo, mas dava um gozo brutal.

Hoje os tempos são outros. Este desporto cresceu, as bicicletas evoluiram de forma brutal, roda tudo em volta da tecnologia, os praticantes especializaram-se mais e o consumidor actualmente tem muita oferta. Hoje há bicicletas para todos os gostos!
Se antes era o XC e o DH que faziam as delícias de quem praticava btt, actualmente podemos encontrar um sem número de modalidades e suas variantes. Assim sendo, para que fiquem a saber, mesmo que não vos interesse nada, deixo-vos aqui um resumo das diversas vertentes que existem neste desporto:





Cross Country(XC) - Percursos com muitas subidas, bikes rigidas, suspensões de 80/100mm, as descidas são pouco tecnicas e quando se complicam fazem-se de bike às costas. Os pesos das bikes anda entre os 14kg e os 9kg. Quanto mais leve, melhor! Quanto mais leve, mais caro!!!












Down Hill (DH)- Pesos na ordem dos 18kg e suspensões (suspensão à frente / amortecedor atrás) com cursos de 180 a 200mm. É para descer monte abaixo a rasgar... Não importa o que aparece pela frente, o que importa é descer, rápido!









FreeRide (FR)- Também com bikes pesadas (17kg para cima), com muito curso nas suspensões e amortecedores. É quase impossivel subir com elas. Não tem bloqueios de suspensão. São desenhadas para levar pancada em doses industriais. Saltos de 2 a 10 metros, drops, etc... são o ambiente destas bikes.









Enduro - Percursos com subidas e descidas com todo o tipo de piso. Tanto dá para bike rigidas/ semi-rigidas (sem suspensão/com suspensão), como para as de suspensão total, mas as mais indicadas são as suspensões totais com bloqueio de suspensão, para evitar que bombeie ao subir, o que cansa bastante e é energia desperdiçada. Cursos superiores a 100mm e inferiores a 150mm. Pesos entre os 16kg e os 12kg. As suspensões totais permitem que se ande mais à vontade a descer pois permitem fazer uns saltos. São mais confortáveis e robustas.



All-Mountain - Muito idêntico ao enduro mas as suspensões têm mais curso e as bikes são ligeiramente mais pesadas. Já começam a descer melhor do que a subir, muito por causa do peso.





Maratonas - É parecido com o XC mas com distâncias de 80/100km e já é mais adequado uma suspensão total (devido ao conforto) com curso de 100mm em ambas as rodas para se aguentar as muitas horas em cima do selim. É uma modalidade com uma grande vertente de competição.




Four Cross (4X) - Corridas tipo BMX com uma pista marcada com meia duzia de saltos. Bikes sobre o leves (12kg ou menos) suspensões de 80/100mm. O que importa é a fluidez da condução para ser o 1º a chegar ao fim... (antes existia o Dual que era a mesma coisa mas apenas com 2 pessoas enquanto que o 4X é com 4 pessoas).







Street - Andar pela cidade a fazer manobras nos obstáculos que aparecem pela frente. Bikes parecidas com as de Dirt mas com mais curso. É um espécie de Free-ride dentro da cidade e mais light.






Existe uma fronteira algo ténue que separa estas modalidades, e dentro deste meio há mesmo quem não saiba bem o que faz. Outros há que só aceitam o XC e o DH como verdadeiras modalidades, encarando as restantes como "vertentes" (o que não deixa de ser verdade) que surgiram também um bocado com o marketing, com a criação de bikes específicas desenvolvidas por praticantes de competição reconhecidos, de XC e DH, e que mais tarde ganharam adeptos e acabaram por surgir como modalidade à custa das marcas que aproveitaram "a moda" para produzir inúmeros modelos.
Como em tudo na sociedade, o marketing faz maravilhas. Também no desporto isso se passa, e o btt não é excepção. Existe realmente no btt uma grande valorização das marcas. Ter "marca", vestir "marca" é uma preocupação constante para muitos praticantes da modalidade. A maioria, por ignorância, é levada pelo negócio da publicidade, e acaba por adquirir produtos que nem sempre são os melhores.
Tal como no mundo automóvel, também no btt existem as marcas consideradas de 1ª e 2ª linha. Como 1ª linha temos as marcas: Specialized, Scott, Trek, Kona, Cannondale, Biachi, GT, Giant,...entre tantas outras. Já nas de segunda linha, surgem bikes construídas por marcas recentes, francesas, espanholas, tais como: BH, Mondraker, Berg, Decathlon, etc...

Independentemente da marca, o mais importante numa bicicleta ( e isto claro, depende do que se queira fazer com ela ) é o seu quadro. É ele que vai suportar o nosso peso, vai sofrer impactos fortes, torções, pancadas, e porque, caso se danifique, é bastante dispendioso adquirir um novo.
Aqui entra o factor marca, na medida em que, algumas das mais reconhecidas, dão garantia vitalícia sobre os seus quadros. Se para algumas pessoas isso é muito importante, para outras ( e nestas últimas me incluo ) uma garantia vitalícia não é motivo para se cobrar uma batelada de dinheiro em relação às de 2ª linha, que normalmente não apresentam garantias para além dos 5 a 10 anos. Importa referir que, na realidade, numa bicicleta, para além do quadro, poucos são os componentes originalmente produzidos pela marca em questão, quer seja de 1ª ou 2ª linha. Uma bicicleta tem inúmeros componentes, e todos eles são desenvolvidos por outros fabricantes, por isso, quando adquirimos um velocípede de marca, estamos a comprar um mix de quadro/componentes, montados apenas por essa mesma marca. Ora, se numa bike de 2ª linha eu tenho os componentes que existem nas de 1ª, a um preço mais aliciante, o que é que me levaria a comprar a primeira? Design? Estatuto? Prestígio? Fica ao critério de cada um....

Há que ser coerente! Quem é que fica mais de 5 ou 10 anos com a mesma bike, nos dias que correm?? Então se ganhar o gosto à modalidade, o mais provável mesmo é que queira sempre mais e melhor. Trocar de bicicleta ao fim de 2 a 3 anos é bastante normal em btt. Claro que a partir de determinados valores (e refiro-me a alguns milhares de euros) interessa ter garantias de que é realmente bom e fiável, porque atinge-se um nível de utilização tal em que só queremos materiais de excelente qualidade e duráveis. Falo obviamente de uma minoria, na totalidade de pessoas que praticam este desporto.
Nas bicicletas de gama baixa a média, não rende comprar as de 1ª linha, porque estamos sempre a comprar algo com piores componentes em comparação com as de 2ªlinha, que conseguem melhores relações preço/qualidade. Quando começamos a passar a barreira psicológica dos 1000 euros, a conversa já é outra. Os grandes desenvolvimentos fazem-se nas marcas mais reconhecidas, que investem muito em departamentos de I&D. Mas, o resultado desse investimento só é aplicado em bicicletas, como já disse, na ordem dos milhares de euros. Abaixo disso é tudo batata do mesmo saco. Quem quer marca, tem de pagar, mas como é óbvio não espere grandes componentes. A não ser que, desembolse bastante!
Há efectivamente muita gente que pensa assim, mal, a meu ver, mas pronto, se se sentem felizes, deixá-los andar. Só entendo que se compre uma bicicleta de 500 ou 600 euros, de uma marca reconhecida, se, efectivamente, for por motivos estéticos. Os olhos também comem, e se nos apaixonamos por uma, já não há nada a fazer. Não nos resta outra hipótese a não ser ir melhorando os componentes. Entretanto gastou-se quase o dobro e mais valia ter comprado um modelo muito superior, mas isso é recorrente no btt, já não surpreende ninguém.
A comparação mais básica que consigo fazer é a de uma pessoa que compra um Audi 1.6 a gasolina! Ora, toda a gente sabe que um Audi 1.6 não vale o preço! Mais vale comprar, sei lá...um Honda, um Opel, um Renault....

"- Ah e tal, mas isto é um Audi"!

....-e? Não é por isso que é uma compra! Nem todos os modelos de uma marca são bom modelos! O mesmo se aplica às bicicletas.

Há coisa de 6 meses comprei de novo uma bicicleta. Depois de muito ponderar, e com um orçamento algo baixo para o que existe no mercado, acabei por decidir comprar uma de 2ª linha. Primeiro, porque estava consciente da utilização que lhe ia dar, e segundo porque pesquisei bastante, pedi conselhos, e achei uma melhor opção. Se tivesse comprado uma Specialized, Trek, ou outra qualquer, teria gasto, à vontade, mais uns 350 euros do que gastei com a minha. Até agora não tive problemas, já mandei algumas quedas e tem-se aguentado bem.
No entanto, se me cruzar com algumas pessoas na mata (e digo "algumas" porque, felizmente, nem todos os possuidores de Trek's, Specialized's e restantes luxos pensam dessa maneira...) a primeira reacção é olhar para o autocolante que está colado no quadro e torcer o nariz.

"- A bike até está bem equipada....é pena é ser dessa marca..."

Sim, a vaidade e o novo riquismo também invadiu o btt, e mesmo que sejam humilhados numa subida, vão continuar a pensar que eles é que estão bem porque montam uma bicicleta com prestígio, de marca!
Que o btt é um desporto algo carote quando o queremos fazer nas melhores condições, lá isso é! Mas há quem queira fazer dele um desporto exclusivo, e isso é que eu critíco. Cada um deve fazer com o que pode, e com o que acha adequado na altura. Importante é que o faça.
Claro que isto é o lado feio do desporto. Felizmente o btt é mais do que isto. O verdadeiro amante do btt, aquele que de um modo geral não compete, é normalmente dotado de um espírito muito salutar e vive a modalidade de todas as maneiras e feitios, quer seja com amigos possuidores de uma pasteleira, quer com aqueles que têm a sorte de ter uma bike de 5000 euros.

Pessoalmente gosto de praticar btt pelo convívio, por não ser monótono, pelo contacto com a natureza e, claro está, por ser um excelente exercício cardiovascular. Posso simplesmente deslocar-me a um ritmo de passeio, por a conversa em dia, como posso também fazer uma descida vertiginosa em que a adrenalina sobe aos píncaros, ou logo a seguir posso estar a fazer uma subida desgastante, que me deixa com o coração a saltar pela boca e a pensar: "...mas será que esta m**** não acaba nunca???" É esta a beleza do btt.

Infelizmente, às vezes sou obrigado a andar sozinho, ando ao meu ritmo, normalmente preocupando-me mais com a execução do exercício em si, sem distracções, procurando conhecer os meus limites, o que também é bom. Sozinho pratico realmente desporto.
Mas não há dúvida que é muito mais aprazível fazê-lo em grupo. Apesar de propiciar mais o convívio e ritmos normalmente mais lentos devido à condição física das pessoas, é muito mais divertido.
Actualmente já existe um grupito bom, pena é que malta não anda toda junta. Espero este verão conseguir fazer uns passeios, mas se as pessoas não andam, depois não há pedalada! Claro que hoje em dia temos a vantagem de possuir carros, o que dá para fazer umas abordagens mais interessantes: Arrábida, Cabo da Roca, Sintra,....é preciso é que as pessoas queiram.
O Luís, nomeadamente, comprou a bicicleta dele antes de mim, e fartou-se de me chatear para que fizesse o mesmo. Ora....se vos disser que só andou comigo uma vez....para aí há uns 6 meses....e não durou mais de 30 min. Sim, desde aí a bike dele está parada na minha garagem. Até mete dó! Estamos a falar de um investimento total de 850/900 euros.... do qual não está a tirar partido!

Enfim, o Dave lá me vai acompanhando nas incursões. À custa dele já mandei uma queda bem jeitosa, mas isso faz parte do desporto e só me fez é sentir vivo!
O Zé negrão também já tirou a dele da garagem (até comprou componentes novos e fez uma revisão à bike, calcule-se!!!) e com ele de vez em quando dou umas pedaladas.

A do Luís continua parada!.....ah pois, já tinha falado disso....

Esperem, assim de repente também me recordo que a Barreto comprou uma bike que eu nunca vi rolar, até hoje. A vontade era tanta....mas como ela diz: " a andar de bike não suo, e eu quero suar". Eu não sei de onde ela tirou tal ideia, que não partilho, de todo! Deve ter sido de alguma ciclovia.....

Hoje tenho pena de não ter tanto tempo para andar como gostaria, bem como a restante maltósia, mas agora que os dias estão grandes sempre vai dando para fazer umas incursões ao estádio nacional em final de tarde. Ao fim de semana, isso claro, não falha!
Entretanto fico à espera que os possuidores de barras para tejadilho queiram fazer o favor de levantar a nalga dos sofás e que me convidem para uns trilhos novos, fora da zona de Lisboa!

Deixo-vos uns quantos links caso queiram visualizar uns vídeos interessantes:

http://video.google.com/videoplay?docid=6898289570594972565&q=extreme+downhill

http://video.google.com/videoplay?docid=-1517243365048904244&q=freeride


http://video.google.com/videoplay?docid=-1259948052570825088&q=freeride



Se ganharam gosto, têm este site com vídeos de qualidade, mas maiores

http://www.petefagerlin.com/video_gallery.htm


Beijocas e Abraços

Gonça

(ah...não sei se já disse que o Luis tem a bike dele parada na minha garagem há coisa de 6 meses.....os pneus estão em baixo....)

segunda-feira, 22 de maio de 2006

O Suricata



























Ora aqui está um dos meus animais favoritos - o Suricata suricatta.

É um pequeno mamífero nativo do deserto do Kalahari, cobrindo uma vasta extensão do Botswana, Namíbia e África do Sul. De uma forma geral, não ultrapassam o meio metro de comprimento e 1 kg de peso. Uma característica muito peculiar destes animais é a capacidade de se erguerem nas patas posteriores, permitindo-lhes ter uma maior visibilidade da colónia.
Alimentam-se essencialmente de artrópodes, tendo como pratos favoritos o escorpião, os escaravelhos e as aranhas.
Os Suricatas têm um sistema social muito complexo. As colónias podem chegar a ter cerca de 40 indivíduos e dependem uns dos outros para sobreviver. São animais essencialmente diurnos e, para se abrigarem, juntamente com as crias, escavam um emaranhado de túneis no subsolo. Todos os elementos da colónia dividem as tarefas, que podem ser de vigía, caça, e protecção de crias.

Existem muitos outros pequenos mamíferos interessantes, dos quais também podia ter falado, tais como: as martas, castores, esquilos, lontras, marmota de Vancouver,......mas o Suricata , pelo seu comportamento grupal, consegue ser o mais engraçado de todos eles.

Aqui fica um link para que os possam ver suricatas em cativeiro. Infelizmente não consegui obter videos de colónias em habitat natural. Para isso vejam o National Geographic ! :)

http://video.google.com/videoplay?docid=5740958601377767448&q=suricata

domingo, 7 de maio de 2006

O Blogger

Segundo blog que encerra na família....

Compreendo-vos! Até eu já tive momentos em que me apeteceu acabar com o meu. Também por isso já vou escrevendo menos, cada vez menos. No entanto, de vez em quando lá me vai apetecendo escrever qualquer coisita. Como gosto de escrever ( o que é diferente de saber escrever ) e porque há pessoas que não me vêem diariamente e gostam de ler o meu blog, por isso, e por elas, lá o vou aguentando.

Os tempos são realmente outros, as pessoas têm mais tempo em algumas fases da vida, em outras menos. E tal como em tudo na moda, os blogs também vão e vêm. Há vários tipos de blogs: os temáticos, os generalistas, os informativos, os que são artísticos, e por fim, aqueles que, tal como o meu, servem apenas como balde de descarga. Não me preocupo com o layout, com a estética do mesmo, mas sim com o conteúdo.

Não querendo repetir-me nos meus textos, todos nós reparamos que a nossa vivência tem fases mais alegres que outras. Não falo da minha, que está muito boa, felizmente, mas sim do seu todo. Há alturas que sinto que a malta está toda unida e há um espírito muito bom no ar, mas outras há em que a indiferença predomina, e em que, o que o outro faz não nos diz respeito ou nem sequer queremos, ou achamos que, não devemos sequer saber. Chamo a isso - "fase do umbigo".

Podia dar inúmeros exemplos de situações em que isso acontece, ou aconteceu, mas acho que não vale a pena, e nem sequer vou particularizar o assunto em questão.

Como dizia, dos vários blogs que existiam, já só vai sobrevivendo o meu e o do Regi$, que é bem mais antigo e muito mais actualizado! Há por aí muito blog, bem interessantes por sinal, e actualizadíssimos, nada comparados com esta porcaria, porque eu próprio admito que não tenho paciência para o actualizar com frequência. Nunca fiz do meu blog um "sítio" em que falasse de trivialidades, ou desse notícias curtas, apesar de às vezes o fazer. Digamos que não é o normal.
Confesso que às vezes apetece-me vir para aqui largar umas diarreias cerebrais, tal como esta, mas depois passo bem 1 mês sem cá vir!

Desde novo que gosto de escrever. Falar de coisas parvas, ou não, mas sem ter outras pessoas a responder. Eu não preciso da resposta ou da opinião. Apetece-me apenas dizer o que penso. Antigamente escrevia-se para o papel, também já o fiz,...em tempos. Hoje também o poderia fazer. No entando, nunca escrevi sem destinatário. Nunca tive um diário. Afinal de contas, ainda vivemos num mundo dependente do papel! Mas, se tenho possibilidade de escrever, sabendo que alguém vai ler e, mal ou bem, pensar no que escrevi, prefiro fazê-lo aqui.
Claro que se estivesse a escrever só para mim, ou para alguém em particular, escreveria mais umas quantas coisas, mas online nem tudo é dito, e normalmente só falo daquilo que é passível de se falar.

De vez em quando entro em momentos de reflexão em que só me vem mer** à cabeça, e esta é uma daquelas alturas. Acho interessante, pois tudo se resume a pensamentos mundanos que todos nós temos, claro que uns mais que outros, e cada um com a sua experiência ou vivência. Há aqueles que, como eu, guardam um tempo para pensar nestas coisas, outros há que pensam, mas não precisam ou não dão muita importância a pensamentos supérfluos.
Poderia falar com um amigo e ficar por aí. Pois, realmente faço-o, com mais do que um, e tenho imenso prazer nisso. Quando estamos à vontade para falar com um/a amigo/a, sentimo-nos muito bem. Só que, para além disso, gosto de escrever. O pensamento é mais organizado, e tem um gostinho especial. Falamos do que queremos, como queremos, ao ritmo que queremos, e acima de tudo, sem interrupções.
É diferente, mas igualmente bom. É engraçado, porque não sou uma pessoa de grandes leituras, devorador de livros,.....mas gosto de escrever. Estou a tornar-me repetitivo....

O início deste post falava da segunda desistência, no que diz respeito a hábitos "bloguianos", no seio da "família",...conceito esse que, de há uns tempos para cá, começo a abominar.
Primeiro a Xana, agora a Ritinha. Com certeza cada uma com os seus motivos. Não as censuro. Se a pessoa não se identifica mais com o suporte, ou simplesmente não tem vontade de o fazer, não faz e pronto! É melhor do que deixar o blog morrer por si, simplesmente porque as pessoas perderam vontade de o consultar. Claro que quando o fazemos, fazêmo-lo para nós, mas isso, como falei há pouco, depende do tipo de blog que temos. De qualquer das formas, se quem escreve assume à partida que ninguém vai ler, mais vale não escrever!!!
Uma mensagem, só assume esse estatuto, quando tem um emissor e um receptor. Se sentimos que não temos receptores, perdemos a vontade de as "enviar". É tão simples quanto isso.

Os blogs são um bocado assim. Escrevemos, mas não queremos grandes alaridos ou críticas ao que dissemos, no entanto, também não gostamos quando nada se comenta. Pior ainda é quando vêm falar connosco sobre o assunto. Mais valia comentar no sítio próprio.
As pessoas associam muito os posts de um blogger ao seu estado de espírito no momento. Não vou dizer que não. Mas nem sempre as coisas se passam assim. Se calhar, o ideal era escrever e postar somente 2 semanas depois. O pessoal até podia perguntar : "olha lá, estás bem? li o que escreveste e tal...,se precisares de falar, estás à vontade!" - ao que nós responderíamos com um rasgado sorriso! :)

Realmente, nem tudo o que um blogger escreve é passível de ser comentado, mas todos nós temos opinião. Fazermo-nos de voyeurs é confortável, mas não é agradável para quem escreve. Tipo, lemos tudo o que ele/a escreve, caga-se no comentário, porque até nem estamos com paciência, mas depois até somos pessoas para mandar a farpa: - " há muito tempo que não escreves no teu blog!"
-"E...?!" - perguntamos nós!!! - "Isso incomoda-te?? Estás realmente interessado em ler o que tenho para dizer??" ....é caso para perguntar.
Ao fim ao cabo está-se tudo a borrifar para o que quer que alguém escreva. Crie blog, destrua blog, mais post ou menos post....é indiferente. " Se me apetecer dizer qualquer coisa, telefono!"
Ríspido, mas sincero!

Isto é o que a maioria pensa, mas não como eu penso. Simplesmente é como eu vejo as coisas. Já li algumas coisas em blogs de amigos, que nunca as ouviria pessoalmente. Porque não fariam sentido, porque a pessoa nunca as diria cara a cara, porque simplesmente a pessoa aproveitou o momento em que estava diante do teclado para pensar sobre determinado assunto ( nem que seja o PIB, ou o aumento dos combustíveis! ), enfim. Num blog entramos um pouco no mundinho do blogger em questão e, como tal, julgo que ficamos sempre a perder quando esse alguém decide nada mais escrever.

Nem sempre os blogs são interessantes, ou interessar-nos-ão, porventura! Posso falar de fissão nuclear, ou, como diria o Regi$, " da alimentação do Schnauzer", ou o Carlão - "do ciclo de vida do abelhão do Nepal"- mas não teria o mesmo impacto do que se falasse de problemas pessoais. Gera mais controvérsia junto daqueles que nos conhecem, ou julgam conhecer-nos. Se calhar por isso mesmo, por julgarem....
Perante um estranho ou um interessado, o assunto da fissão teria algo de muito mais construtivo do que as banalidades pessoais!!!
Passa um bocado por aí.....fala-se do que nos apetece, com ou sem fundamento. Desde que tenhamos vontade de o fazer. Importante é que se vá dizendo qualquer coisa. Principalmente na "fase do umbigo", em que se fica semanas sem saber se alguém está vivo, não fosse aquela maravilha da comunicação chamada - "messenger".

Às vezes penso em como seria um blog de algumas pessoas que conheço. "Engraçado? Deprimente? Desinteressante? Exotérico? Fantástico?"...... não sei responder mas, no meu entender, seria com certeza melhor que nada dizer.

Fechar um blog é fechar uma porta. Ficamos todos a perder. Não é uma crítica, porque eu próprio tenho a minha entreaberta. É apenas uma constatação.

Beijocas e Abraços

Gonça