terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pedro Joia /Ciganita

Se há guitarrista português que admiro, é o Pedro Joia. Desde a técnica, à sua vontade intrínseca de querer fazer mais e melhor, passando pelas excelentes composições e adaptações que apresenta, é sem dúvida um músico de excelência.

Deixo-vos "Ciganita" do álbum "À Espera do Armandinho" - executado magistralmente.

Seria escusado estar a reinventar explicações quando já alguém as fez por nós, de uma forma bastante mais esclarecedora:

"Como se pode tocar Astor Piazzolla noutro instrumento que não seja o bandoneon? Poderá o piano alguma vez substituir a viola de Flamenco na música de Paco de Lucia?
Será que os solos imponentes de Benny Goodman soariam tão convincentes se fossem transpostos do clarinete para o violino, ou para o saxofone tenor?
É tentador considerar que certos músicos são, efectivamente, inseparáveis do instrumento específico que transformaram no veículo constante e ideal da sua arte.
E se isso é verdade, então Armando Augusto Freire (1891-1946) pareceria corresponder inteiramente a esta definição: poderão as composições de Armandinho sobreviver num ambiente sonoro que não seja o da guitarra portuguesa, para a qual foram sempre magistralmente concebidas?
Por tudo isto, Pedro Jóia enfrentava no presente projecto um desafio de extrema dificuldade, ao decidir transpor para o seu instrumento, a viola de Flamenco, a música eminentemente guitarrística de Armandinho.
Era indispensável deixar bem claro para o ouvinte, logo desde o início, que se tratava, com efeito, de um instrumento distinto, a utilizar todos os seus recursos próprios, mas a clareza de articulação, a delicadeza do desenho melódico, a poderosa energia rítmica, o uso característico do rubato – todos eles tão típicos do estilo de execução de Armandinho – teriam de ser preservados a todo o custo, se se pretendia respeitar e pôr em evidência o encanto essencial desta música". - Rui Vieira Nery

E mais nada!

Beijocas e Abraços
Gonça

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