segunda-feira, 13 de março de 2006

Notícias do Espaço

Foi descoberto um novo tipo de estrela de neutrões. Este tipo de objecto estelar envia continuamente ondas rádio para o Espaço, através da emissão de jactos de curta duração - entre 2 a 30 milisegundos - interrompidos por longos períodos, pausas essas que podem ir de poucos minutos a várias horas. A diferença para os Pulsares comuns, é que estes emitem jactos com intervalos regulares.

Mas afinal o que é um Pulsar?

Não passam de estrelas de neutrões com uma elevada velocidade de rotação. São formadas pela explosão de uma estrela gigante em final de vida, fenómeno mais conhecido como "supernova". O que acontece é que, no decorrer desta explosão, a superfície da estrela gigante fragmenta-se no espaço, enquanto que o seu núcleo colapsa, formando uma estrela de neutrões rotativa, extremamente densa. Gera-se assim um campo electro-magnético que provoca a emissão de feixes de radiação que são lançados para o espaço em intervalos regulares, chegando às centenas por segundo, à medida que decorre o movimento de rotação do pulsar. Existem outros tipos de estrelas de neutrões, que emitem jactos de raios x e gama, mas agora não vem ao caso.

A descoberta desta estrela ocorreu de um acaso. Normalmente os astrónomos utilizam radiotelescópios para pesquisar a emissão de radiação constante e periódica. Os RRAT's, como são chamados, foram descobertos através de uma re-análise dos dados, ao pesquisar-se ondas rádio sobre a foma de jactos de curta duração. Ora, a dificuldade da detecção destes corpos celestes, resulta do facto destes emitirem radiação em milésimos de segundo, ficando depois em "silêncio" durante horas. Para agravar o que por si só já era complicado, este tipo de radiação é muito semelhante à interferência das frequências de ondas rádio produzidas pelo homem, e que também é detectada pelos radiotelescópios.

Actualmente, já se pensa que existam RRAT's em maior proporção que Pulsares convencionais, numa relação de 4 para 1.
Com esta descoberta, a Astronomia, através de radiotelecópios mais sensíveis, poderá vasculhar o Espaço à procura de mais Pulsares e relacionar a sua população com a taxa de ocorrência de supernovas.
As supernovas são dos fenómenos mais raros detectados pelo homem, e estão directamentente ligados à formação de novas estrelas e consequente expansão do Universo.

Por isso, como vêem, através de pequenas e aparententemente insignificantes descobertas - muitas delas caídas no anonimato, ou abafadas pelas notícias da bola; às vezes anunciadas nuns míseros 30 segundos de um qualquer telejornal ou programa cientifico a horas tardias - consegue-se saber um pouco mais sobre o Universo que nos rodeia e do qual fazemos parte.

3 comentários:

Régis disse...

tou mesmo a imaginar-te a pensar neste tipo de assuntos na semana passada, sentado na tua "poltrona", eheheheh

gonca disse...

Sobre este tipo especifico de assunto, primeiro leio, depois logo tiro as minhas conclusões.

Acho que isso se passa com qualquer um de nós.

Caso contrário, seria eu a fazer as descobertas. :)

gonca disse...

Este em particular não li na "poltrona"...aliás, nessa altura nem conseguia ler nada!